O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou esta quarta-feira (16) em forte queda, rompendo a marca simbólica dos 135 mil pontos e atingindo 117.548,51 pontos, com recuo de 1,67% (queda de 2.000,70 pontos no dia). O movimento reflete uma combinação de fatores externos negativos e incertezas crescentes sobre o comércio internacional.
🌍 Nova Ofensiva dos EUA Aumenta a Tensão
O principal gatilho para o pessimismo do mercado veio da nova ofensiva do governo americano contra o Brasil, com o ex-presidente Donald Trump anunciando uma investigação formal sobre práticas comerciais brasileiras. A medida atinge temas sensíveis como:
- Tarifas preferenciais e protecionismo digital
- Serviços de pagamento eletrônico
- Propriedade intelectual
- Acesso ao mercado de etanol
O anúncio, feito após o fechamento da B3 na terça-feira (15), aumentou o risco político e comercial para o Brasil e desencadeou uma onda de aversão a risco por parte dos investidores.
🛢️ Petróleo em Queda e Fraqueza nas Bolsas dos EUA
Outro fator de pressão veio do recuo nos preços internacionais do petróleo, que impactou diretamente ações de empresas ligadas ao setor de energia, como a Petrobras. Além disso, o desempenho negativo das bolsas americanas, mesmo com dados de inflação ao produtor mais brandos e balanços corporativos positivos, refletiu em nosso mercado.
⚠️ Vencimento de Opções e Fatores Técnicos
A volatilidade também foi intensificada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, o que historicamente aumenta o volume e a oscilação nos preços. A combinação de sete sessões consecutivas de queda e a proximidade de um suporte técnico crítico (em torno de 132 mil pontos) levantam alertas para possíveis correções mais profundas.
“É um quadro geral mais negativo hoje na Bolsa, sem nada específico, mas com vários fatores pressionando juntos”, analisou Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.
📈 Destaques do Dia: Maiores Altas e Quedas
Apesar do tom negativo geral, algumas ações se destacaram positivamente:
🔼 Maiores Altas do Dia
- CPFE3 (CPFL Energia)
- EZTC3 (EZTEC)
- IRBR3 (IRB Brasil RE)
- MRVE3 (MRV Engenharia)
- PCAR3 (Grupo Pão de Açúcar)
Essas empresas se beneficiaram de fatores pontuais como resultados corporativos, ajustes técnicos e, no caso de CPFL, resiliência do setor elétrico.
🔽 Maiores Quedas
- PETR4 (Petrobras): impactada pela queda do petróleo.
- VALE3 (Vale): queda, apesar da leve alta do minério de ferro em Dalian.
- GOLL4 (Gol Linhas Aéreas) e CVCB3 (CVC): refletindo maior aversão ao risco.
- EMBR3 (Embraer): acompanhando o movimento das bolsas internacionais.
📊 O Que Esperar?
Com a agenda econômica brasileira esvaziada, o foco segue nas tensões comerciais com os EUA, nos indicadores internacionais e na temporada de balanços nos EUA. Analistas destacam que o Ibovespa está em uma zona técnica de suporte e pode haver espaço para recuperação nos próximos dias, dependendo da evolução do noticiário externo.
📌 Fique ligado: para o investidor, o momento pede cautela, mas também atenção a oportunidades pontuais em papéis descontados e setores defensivos.
